A formação de professores de química potencializada pela visita-técnica ao Centro Amazônico de Herpetologia

A formação de professores de química potencializada pela visita-técnica ao Centro
Amazônico de Herpetologia
A realização de práticas de ensino interdisciplinares em espaços não-formais de ensino é um
desafio na formação de novos professores, principalmente daqueles que tiveram,
majoritariamente, experiências educacionais tradicionais em sala de aula, onde
predominavam cópias das escritas no quadro e/ou atenção à exposição oral do docente.
Na perspectiva de promover ações significativa na formação dos licenciandos em Química do
Campus Universitário de Ananindeua, no âmbito da disciplina Prática Pedagógica, realizou-se
uma visita técnica ao Centro Amazônico de Herpetologia, sob condução da Profa Janes Kened,
ocorrida em agosto de 2023.
O Centro fica localizado em Benevides (a uns 30km de Belém-Pará) e teve como guia a bióloga
Milena Almeida que apresentou de forma interativa e dialogada diferentes espécies de
serpentes, quelônios, lagartos, jacarés, entre outros animais. Posteriormente, mediante
algum elemento observado na visita, os licenciandos elaboraram cartilhas associadas ao
ensino de química.
Outrossim, encontra-se “uma forma de fugir do modelo tradicional de ensino, aplicando o
ensino da química ao cotidiano dos alunos, auxiliando-os a pensar “fora da caixa”. Além disso,
buscar espaços não-formais e não tão óbvios para tal disciplina, torna o ensino mais atraente;
uma vez que, os estudantes se divertem e dão um foco maior aos conceitos transmitidos no
local”, ressalta Breno Gales, discente de química.

Visita a um dos tanques dos quelônios aquáticos

Grupo que realizou a visitação ao Centro Amazônico de Herpetologia em agosto de 2023.

Após a visitação, o desafio formativo de elaborar um produto didático conectando elementos
inerentes ao conhecimento biológico com o químico, foi instigante. Inicialmente, observou-
se que os estudantes, tiveram dificuldades em associar os conteúdos de química com um
elemento do Centro, pois “há uma familiaridade e associação direta da disciplina de Química
com o laboratório, equações e substâncias químicas”, comenta a discente Vanessa
Albuquerque.
A questão da margem temporal de um curso intensivo na UFPA também é motivo de
destaque, uma vez que “tivemos um curto período de tempo para finalizarmos, além de ter
que adaptar o conteúdo em uma linguagem objetiva e de fácil compreensão para o aluno
entender o que foi exposto”, explica a discente Ruanna Tenório.
A cartilha foi um produto didático elaborado em grupos pelos discentes da disciplina, sendo
composto por 10 páginas cada material. Além da sistematização conceitual interdisciplinar da
Biologia com a Química, pode ser uma fonte de inspiração para novas relações e aplicações
do conhecimento científico podendo ser usada antes e após o passeio pois conta com
informativos e tarefas para fixação do conteúdo abordado.

Capa das Cartilhas produzidas pelos discentes da turma de Licenciatura em Química (2022)

Foram preparadas quatro cartilhas divididas nos grupos de anfíbios, serpentes, quelônios e
répteis. Tais materiais abordavam uma breve introdução do local, o aspecto teórico com
informações conceituais sobre os grupos de animais citados, um mapa do local, orientações
aos alunos com os devidos cuidados prévia e durante a visita e por fim, atividades de fixação.
A experiência didática foi enriquecedora para que os futuros professores de química tivessem
vivências concretas, sentindo-se mais seguros em realizar ações para além dos muros da
escola. Ademais foram protagonistas na criação de produtos educacionais (cartilhas) com
aprofundamento das conexões científicas de modo interdisciplinar, sendo um material
instrucional de apoio para atividades nestes contextos educativos.

Discentes de química com a professora Janes e com o técnico de química Alex.
Matéria de Kézia Rendeiro (Licenciatura em Química, UFPA-Ananindeua, Turma 2022)